top of page

A NOSSA HISTÓRIA

TERREIRO.jpeg

   Desde sua fundação em 27 de novembro de 1978, o Grupo Desportivo de Porto d'Ave atende com orgulho às necessidades desportivas e de lazer de pessoas e famílias da freguesia de Taíde e arredores.

   Com instalações dignas de destaque no concelho da Póvoa de Lanhoso e arredores, temos o orgulho de dispor de um sintético e iluminação de última geração, capaz de assegurar todos os jogos dos nossos escalões de forma digna e de qualidade inegável. Somos o principal destino para atletas de todos os escalões de formação, desde traquinas, passando por benjamins, infantis, iniciados, juvenis, juniores e o topo da formação com a equipa Sénior. Todos os nossos escalões são federados e participam nas competições organizadas pela AF Braga.

O NOSSO EQUIPAMENTO


   Historicamente o GDPA utiliza o xadrez branco e preto como padrão oficial e apesar de alguma confusão com as cores do Boavista Futebol Clube não passa de uma mera coincidência. Os mais antigos portodavenses contam que o equipamento não é inspirado em qualquer outro, uma vez que foi adotado o xadrez preto e branco porque não havia equipamento igual nas redondezas.

A NOSSA ORIGEM (Por Tó de Porto d'Ave)

 

    DEUS quer, o Homem sonha, a Obra nasce!

    Aos 27 de novembro de 1978 nasceu o Grupo Desportivo de Porto d’Ave.

    Este foi um grande passo, mas não foi aqui que tudo começou. O Porto d’Ave, nesta altura, já era grande. Antes desta data ninguém da nossa freguesia ficava em casa nos dias de jogo dos torneios que se realizavam em Castelões e Brunhais.

    Tenho gravadas na memória, grandes tardes e manhãs dessa saudosa década de setenta. Na abertura de um torneio contra uma ‘potência’ do futebol daquela altura, o Serafão, em que vencemos por 5 a 0. Aquele jogo contra o Gonça, quando antes do intervalo o resultado já era favorável aos ‘nossos’ por 2 a 0, com ambos os golos apontados por Tuxa da D. Laura, e de repente uma enorme desordem entre adeptos das duas equipas impediu que o jogo chegasse ao fim. - Também aqui ninguém nos vencia. - Aquela final contra o Travassos em que vencemos por 2 a 1, sendo este o único golo sofrido em toda a competição. O guardião quase imbatível desse torneio era o senhor Carlos Rufino, naquela altura ‘Caló’.

    Nesse tempo contavam-se histórias do passado que me faziam compreender que a grandiosidade do Porto d’Ave já vinha de longe. Falavam de jogos em que iam a pé e descalços e só calçavam as botas, os que tinham botas, para jogar. O resultado era sempre o mesmo, ganhavam os 'nossos'. - Era assim que os adeptos mais idosos tratavam, de forma quase paternal, os jogadores do Porto d'Ave: 'os nossos'. - E os 'nossos' às vezes também perdiam, mas esses episódios contavam-se em dois segundos, as vitórias é que importava recordar repetidamente sem que nada ficasse esquecido.

    Enquanto escrevo estas linhas, recordo imagens de homens que já não estão neste lado da vida, a festejar os golos e as vitórias. Quando a taça era nossa, e era quase sempre, enchia-se de champanhe e todos bebiam por ela. Apesar de se repetirem em cada torneio, aqueles momentos eram únicos. Enquanto a festa durava, e durava sempre até à manhã do dia seguinte, estavam esquecidas algumas agruras da vida, pois eram tempos difíceis.

    Uma das razões que tornavam o Porto d’Ave mais vencedor do que os adversários, era por já treinar todos os dias, pois não havia um final de tarde em que a bola não saltasse no terreiro dos divertimentos até ao anoitecer. Todos estavam convocados e depois de um dia de trabalho, a ninguém faltava energia para dar o litro atrás da bola.

    E foi graças a este entusiasmo que um grupo de homens da nossa terra reuniu para passar à fase seguinte, e assim nasceu o Grupo Desportivo de Porto d’Ave. Enquanto Portodavense, presto a minha homenagem e gratidão a estes homens e muitos outros que, sem que o seu nome saísse do anonimato, foram imprescindíveis na criação do Porto d’Ave. Penso que há mais de quarenta anos, já sabiam que estavam a criar este grande clube que tanto nos orgulhamos.

    Foram ambiciosos na aquisição dos terrenos, tão importantes para que se construíssem aquelas magníficas instalações. Possuímos um parque desportivo ao nível dos melhores do futebol distrital bracarense, pois não houve até hoje uma direção que não o deixasse melhor para os seus sucessores. No entanto, já não é suficiente para a dimensão do Porto d’Ave.

    No início, a equipa de futebol sénior era a única a competir, mas, com o passar dos anos, reuniram-se esforços para avançar com a formação, começando por uma equipa de juniores. Como os resultados eram positivos, outras idades se foram acrescentando ao ponto a que chegamos há mais de duas décadas, em que nos orgulhamos de ter todos os escalões de formação. Mas não é fácil, as dificuldades surgem dia após dia. O Porto d’Ave cresceu mais do que o seu parque desportivo e é imprescindível um segundo campo de futebol para podermos continuar a proporcionar a prática de desporto a quase duas centenas de crianças e jovens, que treinam de segunda a sexta num único campo, e ao fim de semana vestem com orgulho o mais lindo equipamento de futebol, a camisola axadrezada com a Fonte do Chinês ao peito. E também com os mais novos já escrevemos muitas páginas douradas.

    Os primeiros anos foram os mais difíceis, mas a união era tal que todas as barreiras foram ultrapassadas. A filiação do Porto d’Ave contagiava todas as casas, todos os locais de trabalho, todas as conversas de rua ou de café. Os ídolos das crianças, que antes só conhecíamos dos cromos das cadernetas, passaram a ser os jogadores do Porto d’Ave que víamos jogar ao vivo. No recreio da escola jogávamos à bola e marcávamos golos à Guilherme e à Gito, dávamos cabeçadas à Quim Moreira, fazíamos fintas à Pião, carrinhos à Firo, passes à Santos, caneladas à Araújo, defesas à Chico Fininho.

    Há uma história que se passou na minha sala de aula que demonstra o significado que o Porto d’Ave tinha para as crianças. Um dia a professora da quarta classe mandou-nos escrever uma redação sobre o que tínhamos feito no último domingo. Grande parte da turma, sobretudo os rapazes, escreveu sobre a difícil vitória no complicado campo do Cavez, para lá de Cabeceiras de Basto, em que houve invasão de campo quando o árbitro validou um golo apontado por Nano, um chapelão ao guardião adversário. O resultado foi um a dois a nosso favor. A professora, ao ler o que escrevemos, não acreditava que tantas crianças de nove e dez anos tivessem acompanhado a nossa equipa tão longe e achou que tínhamos copiado o tema. Com os desenhos e os trabalhos manuais, passava-se a mesma coisa. Tanto a tinta da china, como em barro, nos têxteis, madeira ou em metal, tudo servia para fazer o emblema do Porto d’Ave.

    A grandiosidade do Porto d’Ave é hoje reconhecida por todos. Transportamos o nome de uma aldeia, mas ombreamos com clubes com nomes de cidades ou sedes de concelho. Também a nossa massa associativa tem características ímpares no apoio à equipa e os recintos adversários tornam-se muitas vezes pequenos, sobretudo quando há mobilização para jogos mais importantes, onde os nossos adeptos são os melhores do mundo.

    Há uma mística que paira no ar daquele recinto, dentro do balneário, dentro do campo, dentro de qualquer campo e os nossos atletas sentem-na quando vestem a camisola do Porto d’Ave. É a Fonte do Chinês, a fonte que brota sem parar, que ostentam ao peito. Sabem que representam o orgulho de um povo e é com responsabilidade e audácia que assumem esse peso.

    Os nossos adversários falam disso e não entendem que energia é esta que mais ninguém tem, que mesmo quando o êxito teima em não surgir, nos une e faz com que o Porto d’Ave seja tão grande, seja na vitória ou em épocas menos conseguidas como esta que estamos a viver, e na qual acreditamos que terá ainda um desfecho com alguns objetivos alcançados. Perguntam-nos muitas vezes, admirados, de onde vem este sentimento, como se explica esta paixão por um emblema, por uma camisola, pelo nome de uma aldeia. Não temos a resposta, não sabemos explicar, só sabemos sentir. Para entenderem terão que se juntar a nós. Todos são bem-vindos. Venham cá para dentro, venham conhecer o Porto d’Ave e irão sentir da mesma forma, pois é impossível alguém conhecer a alma deste clube sem se apaixonar por ele. Muitos já o fizeram e hoje o Porto d’Ave não é só de Porto d’Ave, pois conta com muitos sócios, adeptos, dirigentes, técnicos e atletas de freguesias e concelhos vizinhos.

    Para esses, que sem terem crescido junto do santuário de Nossa Senhora do Porto d’Ave, sem, ao abrir a janela na primavera, serem beijados pelo aroma das tílias de Porto d’Ave, um aroma diferente de quaisquer outras tílias que há no mundo, sem terem jogado à bola no terreiro dos divertimentos nem terem bebido dia após dia na Fonte do Chinês no caminho da escola, um reconhecimento muito especial pela forma como engrandecem esta família. Muito obrigado pela vossa dedicação, pela vossa paixão, pela forma como abraçam o Porto d’Ave. O Porto d’Ave é daqueles que o sentem, é também vosso e também vós sois Porto d’Ave.

    É tanto o orgulho que sentimos quando recordamos as inúmeras etapas que tivemos que vencer até chegarmos aqui. Não tem sido fácil. Não raras vezes outros ventos sopram, outros interesses exibem forças estranhas difíceis de combater. Mas mesmo quando nos deparamos com regras que não são iguais para todos, nunca desistimos. Não sabemos desistir, só sabemos sonhar, acreditar e trabalhar. E com o trabalho diário daqueles que agarram o compromisso que assumem com dedicação e, quando o momento exige, também com suor e sacrifício, o Porto d’Ave vai construindo um caminho admirável.

    Estivemos recentemente a um passo de realizar um sonho que já tem mais de quatro décadas, quando marcámos presença na final da Taça da Associação de Futebol de Braga. Não vencemos, nem sempre vencemos, não temos ainda esse tão almejado troféu. Mas a dor e as lágrimas da injustiça da derrota não apagaram o sonho, porque ser do Porto d’Ave também é por vezes perder e sofrer, mas é sobretudo sonhar, acreditar e viver com a certeza que com a nossa força, a nossa união e a nossa grandeza, conseguiremos sempre ultrapassar situações adversas e, todos juntos, seremos capazes de as transformar em momentos fantásticos que jamais deixarão de ser recordados por todos aqueles que sentem orgulho neste clube que carrega o nome duma aldeia bendita, que Deus, com tanto esmero, edificou na margem direita do rio Ave.

    O Porto d’Ave nasceu para ser grande e, sem grandes saltos, nunca parou de crescer, tanto no património como no plano desportivo. E o caminho continua, passo a passo e sempre em frente. Já muito foi feito, mas é tanto o que ainda há para fazer. Todos nós, portodavenses, temos o dever de continuar o trabalho iniciado pelos nossos pais e avós, que deram os primeiros e mais difíceis passos. A todos esses homens, muitos deles já partiram, de quem herdamos este legado maravilhoso, é nosso dever demonstrar gratidão, sem nunca nos esquecermos daqueles de quem o nome não consta em nenhuma ata e muito menos numa lápide. Que todos que fazem parte deste emblema e os que a ele se juntarem no futuro, saibam que em cada palmo daquele recinto estão lágrimas e suor de homens, alguns já de cabelo branco e rugas no rosto, mas quando do Porto d'Ave se tratava, conseguiam inventar forças para trabalhar com o intuito apenas de ver o clube do seu coração cada vez maior. Sem esses o Porto d'Ave seria muito mais pobre, e a maior homenagem que lhes podemos fazer, é seguir o seu exemplo e nunca deixar de os recordar. A eles dedico estas palavras.

 

 "Enquanto os rios corram, os montes façam sombra e no céu haja estrelas,

deve durar a memória do bem recebido na mente do homem grato."

(Virgílio)

O NOSSO ATUAL PRESIDENTE

AGOSTINHO BAPTISTA

Agostinho Baptista, Presidente GDPA
bottom of page